1º de maio


Site Autárquico - Barragem do Roxo


Ainda a propósito do 1º de maio. Dei aulas dois anos em Aljustrel. Ainda me lembro o dia 31 de agosto, domingo, quando me desloquei - imagine-se, sem telemóvel - para o Baixo Alentejo, deparando-me com filas intermináveis de todos aqueles que se despediram do Algarve e se dirigiam para norte. Ainda se atravessava a ponte em Vila Franca, de nome Carmona e marechal de título, até ao Porto Alto e daí até à Marateca para seguir pelo IP1, de fama pouco recomendável. Foram anos bons de partilha, conhecimento, e amizades, além das gambas fritas do Cabeças ou a carne de Porco do Guerreiro. Levanto-me, depois de uma noite um pouco difícil pela incursão à Pandora em Beja e da degustação do pão de Ferreira às tantas da manhã, e deparo-me com tudo fechado, literalmente tudo fechado, nem a Dona Francisca, que me arrendou o poiso, estava por casa. O que tinha acontecido? Descobri que nesse dia, todas as pessoas de Aljustrel se dirigiam à barragem do Roxo para um piquenique coletivo. Foi a primeira vez que tive a experiência do que seria um ambiente distópico depois do aniquilamento da população mundial. O que fiz eu? Fui ao encalce da Dona Francisca e comemorei os meus anos de forma coletivista, à PC e à CGTP.

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